William Shakespeare |
Ler obras clássicas da literatura, como os livros de Shakespeare, Fernando
Pessoa e T. S. Eliot, estimula a atividade do cérebro de uma forma mais intensa
do que a leitura de textos coloquiais. Foi o que concluiu um estudo feito na
Universidade de Liverpool, na Grã-Bretanha, e divulgado pela própria instituição
nesta terça-feira. A pesquisa ainda mostrou que os clássicos podem, muitas
vezes, ser mais eficazes do que livros de autoajuda para auxiliar pessoas que
tenham algum problema emocional.
Para chegar a esses resultados, a equipe que realizou o trabalho, coordenada
por Phillip Davis, professor da Universidade de Liverpool, selecionou 30
voluntários e pediu que eles lessem o primeiro trecho de uma série de obras
clássicas da literatura inglesa. Depois, os participantes foram orientados a ler
a mesma história, mas reescritas em uma linguagem coloquial. Nesses dois
momentos da pesquisa, os autores monitoraram a atividade cerebral dos indivíduos
por meio de exames de ressonância magnética.
Alimento para a mente — Os pesquisadores observaram, então,
que a atividade cerebral dos participantes "dispara" quando eles se deparam com
palavras incomuns ou com uma estrutura semântica complexa. No entanto, a
atividade do cérebro continua normal quando o indivíduo faz a leitura do mesmo
conteúdo, mas escrito de uma forma coloquial. Segundo o estudo, esses estímulos
proporcionados pelas obras clássicas se mantêm durante um tempo, podendo surtir
efeitos positivos a longo prazo para a mente de uma pessoa, como a sua
capacidade de concentrar-se, por exemplo.
A equipe também descobriu que a leitura de textos clássicos afeta a atividade
do lado direito do cérebro, região onde são armazenadas as lembranças
autobiográficas. Isso, segundo os pesquisadores, ajuda um indivíduo a refletir e
a entender melhor as suas lembranças. Portanto, pode servir como uma atividade
de autoajuda mais útil do que os próprios livros com essa finalidade, segundo os
autores. “A poesia não é só uma questão de estilo. A descrição profunda de
experiências acrescenta elementos emocionais e biográficos ao conhecimento
cognitivo que já possuímos de nossas lembranças”, diz Davis.
( Com agência EFE )
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