Candidato da oposição a presidente do Senado, Pedro Taques (PDT-MT) disse, em
seu discurso, que a eleição do favorito Renan Calheiros (PMDB-AL) acontece em
meio ao “silêncio dos covardes”.
A declaração foi dada ao final de sua fala nesta sexta-feira (1º), quando
houve um momento de breve silêncio.
“Eu peço o voto de cada senador. Peço silêncio aos senhores. Ouçam esse
silêncio. Esse silêncio é o silêncio do covarde. É o silêncio de quem tem medo.
Sintam esse silêncio. Esse é o silêncio de quem aceita, de quem não resiste.
Expresso a vossa excelência, senador Renan Calheiros, meus respeitos pessoais”,
afirmou o senador.
No seu discurso, Taques disse também que é um “titular da perda anunciada”.
“É como um perdedor que ocupo esta tribuna. Venho como alguém a quem a derrota
corteja”, disse o pedetista que tem o apoio de integrantes da oposição e do
PSB.
Ele se definiu como um “anticandidato” e defendeu que a Casa não volte a um
passado se tornando um “puxadinho do Poder Executivo”.
“Eu, anunciado como perdedor, comprometo-me perante meus pares e perante todo
o país a impugnar estes exageros do Poder Executivo. Será que o anunciado
vencedor [Renan Calheiros] pode fazer idêntica promessa?”, afirmou Taques.
Sem citar diretamente as denúncias contra Renan apresentadas pelo
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao Supremo Tribunal Federal,
disse Taques: “Não temo o próprio passado e portanto, não tenho medo do
futuro”.
PECULATO
Segundo o procurador Gurgel, o Renan apresentou notas frias para justificar
gastos de sua verba indenizatória, o que comprovaria o desvio dos recursos
público e caracterizaria o crime de peculato, cuja pena varia de 2 a 12 anos de
prisão.
O episódio, ocorrido em 2007, fez Renan renunciar à presidência do Senado
para evitar a cassação.
“O peculato está relacionado à verba de representação, cuja utilização tem
que ser comprovada e, no caso, foi comprovada com a utilização de notas frias.
Então a apropriação [indevida] desses recursos ficou comprovada”, disse Gurgel,
ao sair do STF, após participar da cerimônia de abertura do ano no Poder
Judiciário.
Erich Decat, Gabriela Guerrero e Andreza Matais
(Folha)
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