O secretário de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia afirmou que o maior impasse para transferir a linha 1 do metrô para o governo do Estado está, principalmente, no valor que a Prefeitura deve repassar ao governo da Bahia. “O estado quer que ônibus pague a diferença para o metrô. O impasse está entre quanto o ônibus vai pagar para o metrô. Se é R$ 0,95 ou R$ 1,40 como nós propomos”, disse em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã desta terça-feira.
O governo pretende assumir o custo de mais de quatro bilhões de reais da obra para concluir a linha 1, que liga as estações da Lapa à Rótula do Abacaxi, e dar continuidade a linha 2, através de um sistema de transporte independente do convencional. Já a Prefeitura quer a integração com os coletivos desde que não haja aumento na tarifa do transporte integrado, tendo o estado que repassar R$ 1,40 do valor de cada passagem integrada para o município. O estado aceita a proposta, desde que o repasse seja de R$ 0,95. “O estado não vai dar nada de graça e propõe que ao entrar no ônibus integrado com o metrô você pague R$ 3,90 ou R$ 3,50. No nosso caso a mesma coisa: entra no ônibus paga R$ 2,50 e quando entrar no metrô paga a diferença. O que não pode é tirar recurso do sistema de ônibus para viabilizar o metrô. Isso nós não vamos admitir porque você vai beneficiar 30% da população [que vai utilizar o sistema] e prejudicar 70% que não vão se beneficiar”, explicou.
Aleluia negou que diferenças políticas estejam interferindo nas negociações. “Eu participei das reuniões e da parte do governador e do prefeito não há nenhum desentendimento político. Não há problema político. Nós entendemos que vamos tratar de política no futuro, agora é hora de tratar de Salvador como um todo”. O governador declarou em entrevista ao jornal A Tarde, que pode investir em outras obras, caso o imbróglio continue. “Nós temos que pensar no povo de Salvador. A menos que alguém me diga: ‘não, é melhor para Salvador ficar só com ônibus e não tem metrô’. Se for, não tem problema, me avise que eu gasto R$ 600 milhões em outras obras que Salvador também precisa”, disse Wagner. Segundo Aleluia, existe um plano B para o funcionamento do transporte, que seria “operar o metrô existente e integrá-lo ao sistema. Não é o melhor para a cidade. Nós queremos passar tudo para o governo do Estado porque esse foi um erro da gestão passada”.
Até sexta-feira, representantes do Estado e da Prefeitura devem se reunir novamente para tentar entrar em um acordo. “A Prefeitura vai fazer todo o esforço para o entendimento, mas temos que deixar claro que o limite é não exigir aumento de passagem de ônibus para os outros”.
( Por Emerson Nunes/ Política Livre )
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