Investigadores vão propor a criação de um comitê de ética independente, auditores externos e a substituição de cartolas suspeitos
Ricardo Teixeira e João Havelange |
A Fifa acobertou Ricardo Teixeira, João Havelange e outros cartolas envolvidos em escândalos de corrupção, violando suas próprias regras. É o que diz um relatório preparado por uma equipe contratada para propor reformas na entidade e que foi entregue nesta semana à cúpula da Fifa. Os investigadores, liderados pelo especialista anticorrupção Mark Pieth, vão propor a criação de um comitê de ética independente, auditores externos e a substituição de cartolas suspeitos por uma nova geração.
O relatório foi preparado por juristas, patrocinadores e pessoas envolvidas com o futebol. Pieth admitiu que vários pontos de sua proposta passarão por "duras negociações" dentro da própria Fifa. Nesta segunda-feira, no lobby de um hotel luxuoso de Zurique, Michel Platini e Chuck Blazer, dois dos membros do Comitê Executivo da entidade, debatiam o impacto das propostas.
Pieth afirmou que seus especialistas não ficaram satisfeitos ao descobrirem que a Fifa jogou para baixo do tapete diversos escândalos, inclusive envolvendo os pagamentos de subornos pela ISL a cartolas. Segundo a rede BBC, o escândalo envolve Teixeira e Havelange. "A Fifa tem regras e ofensas que podem ser punidas. Mas eles optaram simplesmente por não aplicá-las."
A proposta é de que a Fifa aponte auditores para investigar corrupção e desvios, com poderes para punir. O único auditor hoje na entidade é Franco Carraro, ex-presidente da federação italiana de futebol e que, em 2006, foi pego em escutas telefônicas convencendo a arbitragem a ajudar a Lazio. Carraro foi demitido na Itália, mas continua avaliando as contas da Fifa.
Pieth quer criar um mecanismo para permitir que pessoas suspeitas sejam afastadas. Para ele, a atual estrutura permite que pessoas corruptas entrem na entidade e permaneçam lá. "Eles têm uma reputação horrível. A Fifa perdeu certas pessoas de seus altos quadros recentemente. Ele espera criar um sistema onde os cartolas possam vigiar um ao outro.
A aprovação das recomendações precisará ser aprovada pelo Comitê Executivo da Fifa. O problema é que o projeto terá de contar com o voto daqueles que poderiam ser alvo de punições, caso a proposta avance
(Veja)
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